"Não, não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto - se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada" (Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Encerrando o ano...

Dezembro de 2010!
Parece que a virada do ano foi ontem... mas já estamos prestes a ingressar em 2011!
Formada! Nem acredito ainda... é como se estivesse apenas de férias e que logo recomeçarão as aulas. Doce ilusão!
Foram 5 longos (e ao mesmo tempo rápidos) anos. Amizades, alegrias, tristezas, decepções, conquistas, risadas, choros, baladas, ansiedades... Lembro de cada detalhe do primeiro dia!
De certa forma é um alívio, mas por outro lado, vai ficar um vazio... Algumas pessoas farão muita falta!
Dá um aperto no peito, um nó na garganta.... queria guardar todos os meus queridos em um potinho e levar sempre comigo!
É inevitável... seguiremos caminhos diferentes, afinal assim é a vida!
Que venha a OAB! O sonho está apenas começando!

Mas mudando de assunto, fico feliz em fechar o ano sem as dividas oriundas de compulsão! Chega de dividas!
Já não posso dizer o mesmo de certas pessoas que além de sujar meu nome, ainda me devem! O duro é a cara de pau e a falta de vergonha na cara, porque nem pra entrar em contato comigo... pelo contrário, ficam SE ESCONDENDO! Lamentável! ¬¬´

Ainda preciso arrumar uma certa bagunça interior antes que esse ano chegue ao fim. Não quero iniciar 2011 com resquicios de 2010. Quero um ano novo, com novos sonhos, novas metas, novos desafios... chega de reviver os problemas passados e levantar defunto! Quem vive de passado é museu, e eu estou longe disso! 

Segue abaixo uma deliciosa receita do poeta Carlos Drummond de Andrade:

Receita de ano novo
 
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
 
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
 
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

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Que toda positividade esteja presente nessa passagem de ano, e que 2011 seja infinitamente mais próspero que 2010.



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